09/03/2015 09:53
p.e.m.
JAZZ
A voz do saxofone
misturáva-se a sua
ao meu lado
enquanto no flerte brincávamos
de entrelaçar copos,
ideias,
trejeitos,
de destruir conceitos
do jazz
que é liberdade
que flui
dentro de si.
Na era digital,
buscávamos um pulsar analógico
e fomos tentar um jazz
no quarto andar
da rua Anita Garibaldi.
Noite rua abaixo,
Céu acima,
You played that sound - bang bang,
on the ground we played
- bang bang.
Amanheceu
e éramos mais dois
em uma dessas janelas
de edifícios antigos da cidade
a tomar café amargo
e a ver a vida lá fora,
tomando a forma
que nos convinha.
~
11/03/2015 08:17
r.c.
RESPOSTA
A voz do saxofone
misturáva-se a sua
ao meu lado
Conversávamos sem nos importar
se não estávamos mais ali pela música
pois a química entre nossos corpos
era tão intensa
quanto o ápice do jazz bem executado
Sei que Charlie Parker me perdoaria
Assim eu percebi
Que já a conhecia
porém não sabia de sua existência
Que já a admirava
porém ainda não havíamos conversado
Amanheceu
éramos mais dois
em uma dessas janelas
de edifícios antigos da cidade
a tomar café amargo
e a ver a vida lá fora
tomando a forma
que nos convinha
E agora eu era aquele
que esperava pelo próximo encontro
para prosseguir a história desse conto
que aguardava por continuar
~
19/03/2015 23:36
r.c.
SENSO/CENSO
O censo indicava
Enquanto o senso guiava
Que pela contagem do último censo
Aqueles dois ali se entendiam - em ótimo senso
E concentiam que o censo e suas exatas eram importantes
Porém o senso da sensação os tornava humanos, leves
E se o meu censo estiver correto
Assim como penso que está
Te pretendo, cada vez mais perto
Pra no meu senso
Te ancorar
~
20/04/2015 21:42
p.e.m.
SENSORIAL
Todo censo tem falhas
e o senso que guia
pode desenganar.
De desenganos penso que aqueles dois entendiam,
mas não se entendiam
tão bem.
Serenata virou sereno
em cada janela, um só.
A porta que o senso abre
é a mesma que a trancas se ouve fechar...
Vai saber
o que sentiu então
a solidão
a flutuar
nesse imenso mar de idas e vindas
de intensos abraços
a se dispersar...
É, a vida tem dessas,
acende o teu cigarro agora,
enquanto eu tomo meu chá
e penso que as mãos foram para afagos,
que não haja pedras para recordar.
FIM.